terça-feira, 19 de maio de 2015
Brasil - Inversão radical e constância formal
Estamos vivendo um período interessante no Brasil.
Digo "interessante" pois a condição depende mais de você do que do governo ou qualquer circunstância que estejamos vivendo.
Veja bem, sei que estamos em uma crise nacional, por exemplo...
Diversos servidores do distrito federal estão revoltados com a possibilidade de haver demissões de funcionários concursados. Como pode ser isso? Simples, o executivo nacional esta operando no limite, quase no vermelho.
Se o governo atingir o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) as demissões podem acontecer. A LRF estabelece que o Executivo pode gastar 49% da receita corrente liquida mensal com a folha de pagamentos. A questão é que a atual gestão do governo Dilma já passou dos 47%
Com medo das demissões os servidores foram para frente do Buriti, sede do governo, para protestarem. Sim, funcionários púbicos podem ser demitidos, artigo 169 da Constituição Brasileira, se a gestão vigente ultrapassar a LRF.
Estamos em uma crise, não ignoro isso.
No entanto, acredito que toda crise é um período de oportunidade.
Um ditado popular diz: Não adianta chorar sobre o leite derramado. Verdade, você tem duas atitudes a tomar, conseguir mais leite ou ficar sem.
Uma das histórias mais conhecidas pelas pessoas do marketing é sobre dois vendedores de sapatos que foram para uma ilha isolada. Vejamos...
Um vendedor de sapatos foi para uma ilha isolada para poder ampliar o mercado de consumidores de sua empresa. Lá chegando viu que todos andava descalços e ligou para a sede:
- Não podemos vender nada aqui, todos andam descalços, estou retornando para sede.
A empresa, não satisfeita, enviou outro vendedor. Lá chegando viu que todos andava descalços e ligou para a sede:
- Precisamos abrir um ponto de distribuição aqui depressa, todos andam descalços. Vamos vender muito.
Si eu sei que a história tem uma ótica capitalista. Vou contar uma outra história com a mesma ideia...
Dois revolucionários estava diante do exercito opressor, o primeiro pensou:
- São muitos, não vamos conseguir derrota-los, vamos todos morrer.
O segundo revolucionário pensou:
- São muitos, não temos como errar, vamos vencer.
Entendeu? Não importa a situação, mas sim a sua postura diante dela.
Acredito que precisamos de uma inversão radical em nossa cultura e, respectivamente, em nossa mentalidade e atitude.
É muito mais fácil ficar em uma constância formal, em um estado de inércia, do que mudar.
Platão, em seu mito da caverna, disse que uma pessoa foi morta por seu compatriotas, simplesmente por mostrar a luz da verdade. Há mais de dois mil anos atrás, um jovem carpinteiro de 33 anos foi morto no oriente médio por falar que devemos amar uns aos outros, ao invés de viver na intolerância do ódio religioso.
Eu, particularmente, gosto muito do método dialético que, ao contrário do que muitos pensam, não foi criado por Karl Marx, mas tem suas bases na Grécia pré-socrática. Sendo assim...
Quando falo de uma inversão radical gosto de pensar em uma palavra grega, Metanoia.
Essa palavra significa, mudar de sentido, transformação. Por exemplo, se uma pesssoa estava indo para baixo, ela vai para cima; se estava indo para esquerda, vai para a direita e assim sucessivamente...
Precisamos de uma dialética distinta da cultura e valores no Brasil, a política é um desses aspectos, mas não o único.
Começa com pessoa que recebeu um troco a mais devolver o excesso; com pessoas que trabalham próximas irem juntas no mesmo carro, alternando entre eles, se ambos possuem um veículo; passa por pessoas acompanharem os projetos dos políticos diariamente e não somente de 04 em 04 anos,enfim... uma nova postura.
Não seja um mero crítico, mas um pró ativo.
Altere sua postura e influencie pelo exemplo. Transforme sua forma de pensar e falar e gere uma metanoia, primeiro em si mesmo, e depois em outros.
Saia da constância formal e viva uma inversão radical.