quarta-feira, 1 de julho de 2015

O preço da escolha












Tenho diversos títulos, acadêmicos e eclésiasticos. Sou doutor honoris causa em Teologia e Fiosofia, por exemplo. Mas continuo escrevendo uma tese para um doutorado livre em história do cristianismo, o assunto é a homoafetividade dentro do ensino religioso, embora o título não seja esse. Converso com diversas pessoas, considero meus orientadores Walter Cristie Silva Aguiar​ (formal, com normativas e conceitos protestantes/poíticos) e Luiza Cassemiro​ (informal, com vivências experiência e militância na causa LGBT e questões de gênero). Me considero afortunado por ter duas mentes acadêmicas desse porte com quem posso trocar idéias.  

Sou a favor dos direitos CIVIS dos homoafetivos, desde que não firam os direitos civis de outros grupos da sociedade. Sou a favor do estado laico, lembrando que este não é sinonimo de ateu, mas de respeito a todas as religiões e credos, incluindo a ausência de crença em religiões.

Pois bem. Eu tinha uma opinião formada, e vivia falando que "respeitar não é concordar" entre outras coisas. Isso mudou no dia 26 de junho de 2015. O Supremo Tribunal dos EUA, esse tribunal, que no início era totalmente evangélico (uma religião que tenho aversão em seu sentido atual), hoje tem no total 9 juízes, dos quais seis são católicos e três judeus. Os evangélicos foram extintos do Supremo Tribunal dos EUA. E agora, com a atual configuração, o que esse tribunal produziu foi o “Casamento” gay.







O que aconteceu nos EUA no dia 26 de junho de 2015 foi diferente do que aconteceu no Brasil em 17 de maio de 2013. Aqui foi aprovada a UNIÃO CIVIL entre pessoas do mesmo sexo, o que achei, e continuo achando, ótimo. Pois já vi casos de familiares expulsarem filhos de casa por se assumirem como homossexuais, e estes conseguirem prosperar financeiramente sem o apoio familiar e com seus companheiros de relacionamento. Quando esse filho morre, antes, a "família", por lei, podia ficar com os bens, ao meu ver, um absurdo uma vez que os laços forma rompidos. a UNIÃO CIVIL mudou isso. Em nada isso muda em aspectos religiosos, por exemplo.

Não foi o que aconteceu nos EUA. Aqui, na teoria, Estado e Religião estão separados, sim, eu sei que na prática a coisa não é bem por aí... No entanto, nos EUA, o Estado e a Religião são uma coisa só, inculindo o que esta escrito na carta Magma de toda nação, a constituição.

Nos EUA todo líder religioso (independente do credo) devidamete registrado e ordenado por uma instituição cadastrada no Estado pode celebrar um união religiosa reconhecida pelo Estado. Quem nunca viu, por exemplo, os casamentos de uma noite feitos em Las Vegas. A igreja de Elvis, como quaquer outra religião, pode fazer um casamento lá e este ser reconhecido pelo Estado.

Não se engane. Desde a última sexta-feira o mundo mudou.

Antes um ministro eclésiastico nos EUA podia aceitar ou recusar realizar um casamento entre pessoas do mesmo sexo com base na sua regra de fé. Hoje TODOS os credos religiosos naquele país precisam realizar essa união, se assim forem requisitados.

As repercussões no protestantismo já começou, confira o link ao lado: Juiz Cristão pede demissão - Eu fico imaginando as repercussões com os mulçumanos, católicos e outros credos com sede nos EUA. Temo pelo pior...


Uma pequena pausa nessa linha de pensamento. Não me considero socialista( apesar de gostar mais da ideologia socialista), mas concordo com István Mészáros que estamos na época de escolher entre a bárbarie e sua opositora. Mészáros sustenta que, sob o sistema sociometabólico do capital, a educação, por exemplo, tem o sentido de internalização dos parâmetros reprodutivos gerais do sistema. Uma contestação à educação, por afetar diretamente os próprios processos de internalização ideológica, representa, portanto, uma profunda contestação à estrutura social em questão. Se as determinações gerais da reprodução da vida afetam profundamente cada esfera da existência humana, uma transformação social radical só pode de fato acontecer com uma efetiva contribuição da educação, entendida em seu sentido mais amplo.

Foi o que aconteceu nos EUA. O Estatus Quo mudou, e as repercussões já começaram... 26 milhões de pessoas em todo o mundo "coloriram" seus perfis no facebook, por exemplo, concordando com essa mudança. Mark Zuckerberg foi maestral, não por seu apoio a causa, mas por saber se aproveitar dela agora ela sabe exatamente para quem mandar publicidade pró-homoafetivo e para quem não, e ssim conseguir lucrar de ambos os lados. Bravo Mark, uma prova de que o capitalismo não se importa com questões de gênero, alias, se importa sim, quem vai dar mais dinheiro de retorno. Adimiro pessoas como a Luiza, e outros, que se "coloriam" há anos, com militância séria e defendendo uma causa. E tenho aversão aos que se "coloriram" por que "todo mundo" se coloriu, massa de manobra. Posso não concordar com a causa, mas admiro a paixão em defende-la.

Continuo acreditando que O Amor e o respeito  são a solução para os probemas do mundo. Não vou colocar aqui versículos bíblicos, apesar de não considerar errado quem o faz para defender uma crença e/ou ideia. Não o faço pois homens de bem como Martin Luther King usaram as escrituras para libertar e mudar uma nação, e homens como Adolf Hitler usaram as mesmas escrituras para aprisionar e segregar uma nação.




Antigamente eu achava expressões como "cristófobia", "orgulho hétero", e outras do genêro, de uma ignorância e preconceito sem tamanho. Mas desde 26 de junho de 2015 não acho mais. O mundo mudou... O exemplos estão aí, não só no mundo onde milhares de cristãos são mortos por sua crença, mas no Brasil também existe persiguição. Confira o link: 

Família evangélica espancada por causa da fé

Isso não quer dizer que os homoafetivos não estão sedo mortos por serem quem são, estão. Os crimes de homofobia existem e o preconceito contra eles também. Se os homoafetivos, podem ostentar o orgulho de ser gay, os hetéros, por mais ridículo que seja para mim, podem mostrar o orgulho de ser o que são também. O mesmo vale para religião.  


Gostei, por exemplo, da atitude desse padre e desse pastor, no dia seguinte da aprovação nos EUA.


Mas sei que muitos católicos e evangélicos desprovam a ação, não esperaria menos de religiosos que usam a bíblia para condenar alguns pecados e esquecerem dos seus próprios. Diante de Deus pecado é pecado, independente de qual seja, e a condição é a mesma, pecador.  

Não, não vou usar as escrituras. Eu acredito que cada individuo tem uma porção do Eterno dentro de si. Infelizmente, essa porção foi separada da Fonte. É uma questão de escolha de cada individuo, através do uso do seu livre arbítrio, decidir voltar a se unir a fonte, ou não. Muitos querem ser chamados de filhos, mas não querem obedecer o Pai.

Você é fruto das suas escolhas. Existe um destino, mas é sua decisão segui-lo, ou não.

Sim, eu escolho O Amor, mas não confunda com amor. Sim, eu escolho o respeito, mas respeito é uma ação mútua.

Aos cristãos, independente da linha religiosa, digo: "Primeiro a bíblia, depois, talvez, a sua opinião. Lembre-se do exemplo de Jesus Cristo".

Aos não cristãos, independente da ideologia, digo: "Como disse  Evelyn Beatrice Hall,  pseudônimo S. G. Tallentyre: 'Posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo'. Lembre-se dos ideais da revolução francesa: Igualdade, Fraternidade e Liberdade".

Sim, eu também achava que a frase era de Voltaire, mas não é. Veja o link abaixo:

Falsa citação de Voltaire

Mas a frase continua sendo poderosa para dizer aos nãos cristãos.

Não sou ninguém para dar lição de moral em ninguém, não é essa minha intenção, e peço perdão se parece para alguém que tenho a intenção de faze-lo. Sou apenas um homem, pai, intercessor, acadêmico e pensador que pretende sempre expor o que considera correto, ainda que para muitos não o seja.

Desejo a todos que a Luz sempre brilhe para você e, quem sabe, em você. Seja feliz, e esteja disposto a pagar o preço da sua felicidade.        























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