quinta-feira, 23 de abril de 2015
23 de abril - Quem é Jorge?
No dia 05 de março de 2008, pela lei 5198, foi institucionalizado no estado do Rio de Janeiro "O dia de São Jorge".
O engraçado nessa história é que Jorge se tornou o que ele mais combatia, um ídolo, um objeto religioso que ele tinha extrema repulsa.
Conheça um pouco da história de um grande homem, JORGE DA CAPADÓCIA, martirizado em 303, d.C.
Em torno do século III d.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge de Anicii. Filho de pais cristãos, converteu-se a Cristo ainda na infância, quando passou a temer a Deus e a crer em Jesus como seu único e suficiente salvador pessoal. Nascido na antiga Capadócia, em grego Καππαδοκία, atual Turquia, era uma antiga província Romana. Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe, após a morte de seu pai. Tendo ingressado para o serviço militar, distinguiu-se por sua inteligência, coragem, capacidade organizativa, força física e porte nobre.
Foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade. Tantas qualidades chamaram a atenção do próprio Imperador, que decidiu lhe conferir o título de Conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções. Nessa mesma época, o Imperador Diocleciano traçou planos para exterminar os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.
Jorge não queria estar a serviço de um império perseguidor e opressor dos cristãos, que era contra o amor e a verdade. Foi perseguido, preso e ameaçado. No dia 21 de abril do ano 303 d.C., ele foi martirizado com a degola a mando de Diocleciano. Tudo isso por não negar seu amor por Jesus Cristo.
Assim como não há uma 'fotografia física' de Jesus, dos apóstolos, também não há uma de Jorge da Capadócia. A figura apresentada dele, sobre o cavalo, é apenas imaginação preservada da história. O dragão simboliza o que foi o Império Romano, ao perseguir os cristãos da época.
A devoção a Jorge rapidamente tornou-se popular. Seu culto se espalhou pelo Oriente e, por ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente.
No entanto, por causa do sincretismo religiosos brasileiro, Ogum aparece identificado com Jorge, que também é conhecido como "o santo guerreiro do catolicismo". O simbolismo é interessante: Jorge veste uma armadura de guerra (a proteção necessária para atuar em ambientes inferiores, segundo a umbanda) e monta um cavalo branco (as forças da matéria e o lado animal da personalidade, já purificados - por isso a cor branca - e colocados a serviço de desígnios elevados, segundo linhas espíritas de pensamento). Utiliza a lança e a espada (um símbolo do direcionamento da energia, na tradição de algumas matrizes africanas) e consegue vencer o dragão (as forças das trevas, segundo a tradição católica).
Jorge, ou melhor, Ogum, vem de Aruanda - termo banto que significa céu ou plano espiritual - para ajudar seus filhos.
Quer saber um pouco mais?
Bibliografia:
SCOTT, Benjamim. As catacumbas de Roma. Centro de Publicações Cristãs. Queluz, Portugal, s.d.
FIGUEIREDO, Fernando Antonio. Curso de Teologia Patrística. Vol. II. A vida da Igreja Cristã no III Século. Rio de Janeiro: VOZES, 1984.
BETTENSON, Henry. Documents of the Christian Church. 2a. ed. Oxford Press, 1963.
BAINTON, Roland H. La Iglesía de Nuestros Padres. Editorial a Aurora The Westminster Press, 1969.
Sites:
Decreto da ALERJ
Ogum e Jorge no sincretismo brasileiro
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