Arqueólogos israelenses anunciaram nesta segunda-feira a descoberta, pela primeira vez fora da Mesopotâmia, de um fragmento de um código de lei, com 3.700 anos de idade, parecido com o famoso Código de Hamurabi. "É a primeira vez que um fragmento de um código de lei é descoberto na Terra Santa e, até mesmo, fora de Mesopotâmia", explicou o chefe da equipe de pesquisas, o arqueólogo Amnon Ben-Tor, da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Este texto remonta a dez séculos antes da suposta redação da Bíblia (século VII antes de Cristo). Ben-Tor indicou que trata-se "de um fragmento muito pequeno de argila (
"O texto se refere às regras que regiam as relações entre mestres e escravos", indicou o professor Wayne Horowitz, responsável pela decriptação. "Essas linhas que evidenciam um conteúdo legal confirmam a ligação entre o reino de Hazor e os reinos da Síria do norte", considerou.
Localizada no norte da Galiléia, Hazor foi uma das principais cidades do Crescente Fértil durante a idade de bronze. Situada na estrada que liga o Egito à Ásia, Hazor comercializava estanho com as cidades da Babilônia e da Síria para alimentar sua indústria de bronze. Hazor mantinha ligações políticas e econômicas estreitas com a Mesopotâmia, entre o Tigre e o Eufrates (hoje, Iraque e nordeste da Síria). Hazor prosperou sobretudo durante a metade do período cananeu (1750 antes de Cristo) e foi a maior cidade fortificada de Israel durante o período israelita (século IX antes de Cristo). A Bíblia se refere a Hazor como "a cabeça de todos esses reinos" cananeus (Josué 11:10).
O Código de Hamurabi (por volta de 1750 antes de Cristo) é um dos mais antigos códigos de lei, o primeiro quase completo. Texto babilônio não religioso, mas de inspiração divina, elaborado sob a autoridade do rei Hamurabi, ele prolonga juridicamente a obra militar e política do fundador do reino da Babilônia. Esse código está atualmente no Museu do Louvre em Paris, mas uma cópia também está exposta no museu arqueológico de Teerã.
*Fonte: AFP
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