Um povo para ser destacado dentre as nações precisa conhecer sua identidade, buscando profundamente suas raízes. Os povos formadores do tronco racial do Brasil são perfeitamente conhecidos, como: o índio, o negro e o branco, destacando o elemento português, nosso colonizador. Mas, quem foram estes brancos portugueses? Pôr que eles vieram colonizar o Brasil? Viriam eles atraídos só pelas riquezas e Maravilhas da terra Pau-Brasil? A grande verdade é que muitos historiadores do Brasil colonial ocultaram uma casta étnica que havia em Portugal denominada por cristãos novos, ou seja, os Judeus! Pôr que? Em 1499, já quase não havia mais judeus em Portugal, pois estes agora tinham uma outra denominação: eram os cristãos novos. Eles eram proibidos de deixar o país, a fim de não desmantelar a situação financeira e comercial daquela época, pois os judeus eram prósperos.
Os judeus sefarditas, então, eram obrigados a viver numa situação penosa, pois, por um lado, eram obrigados a confessar a fé cristã e por outro, seus bens eram espoliados, viviam humilhados e confinados naquele país. Voltar para a Espanha, de onde foram expulsos era impossível, bem como seguir em frente, tendo à vista o imenso oceano Atlântico. O milagre do Mar Vermelho se abrindo, registrado no Livro de Êxodo, precisava acontecer novamente.
Os judeus sefaradim dão a seus filhos o nome dos avós, que geralmente estão vivos. Assim, numa árvore genealógica sefaradí vão encontrar o mesmo nome uma geração em média. Se alguém ler a história da Espanha não saberá às vezes quem morreu, e quem continua vivo. Será o avô, ou o neto? Outras vezes encontram o filho com o mesmo nome que o pai, mas é um costume cristão que se encontra entre os judeus sefaradim depois que deixaram a Espanha, por causa da inquisição.
Diferentemente dos aristocratas e das pessoas ricas, os judeus não tinham sobrenomes na Europa Oriental até os anos napoleônicos, nos princípios do século 19. A maior parte dos judeus dos países conquistados por Napoleão, Rússia, Polônia, e Alemanha receberam a determinação de adotar sobrenomes para cobrança de impostos. Após a derrota de Napoleão, muitos judeus retiraram estes nomes e voltaram ao " filho de", surgindo então nomes como:
Mendelsohn, Jacobson, Levinson, etc.
Durante a chamada Emancipação, os judeus mais uma vez receberam a ordem de adotar sobrenomes. Na Áustria e na Galícia, o imperador José fez os judeus tomar sobrenomes em 1788. As "listas de sobrenomes" do Império Austro-Húngaro, em geral, usavam palavras em alemão, muito parecidas com iídiche. A Polônia ordenou os sobrenomes em 1821 e a Rússia em 1844. É provável que algumas das famílias judias já tivessem recebido seus sobrenomes nos últimos 175 anos ou menos.
Na França e nos países anglo-saxônicos os sobrenomes voltaram no século 16. Também os judeus sefaradim recuperaram seus sobrenomes após longos séculos. A Espanha antes de Fernando e Isabel foi uma época de ouro para os judeus. Eles foram expulsos por Isabel no mesmo ano em que Colombo partiu para a América. Os primeiros judeus americanos eram sefaradim.
Significado dos sobrenomes
Há dezenas de milhares de sobrenomes judeus utilizando a combinação das cores, dos elementos da natureza, dos ofícios, cidades e características físicas.
Um pequeno exercício é perguntar: Quantos sobrenomes judaicos podemos reconhecer com a raiz das seguintes palavras?
Cores: Roit, Roth (vermelho); Grun, Grin (verde); Wais, Weis, Weiss (branco); Schwartz, Swarty (escuro, negro);
Gelb, Gel (amarelo).
Panoramas: Berg (montanha); Tal, Thal (vale); Wasser (água); Feld (campo);
Stein (pedra); Stern (estrela); Hamburguer (morador da vila).
Metais, pedras preciosas, mercadorias: Gold (ouro), Silver (prata), Kupfer (cobre), Eisen (ferro), Diamant, Diamante (diamante), Rubin (rubi), Perl (pérola), Glass, (vidro), Wein (vinho).
Vegetação: Baum, Boim (árvore); Blat (folha); Blum (flor); Rose (rosa); Holz (Madeira).
Características físicas: Shein, Shen (bonito); Hoch (alto); Lang (comprido); Gross, Grois (grande), Klein (pequeno), Kurtz (curto); Adam (homem).
Ofícios: Beker (padeiro); Schneider (alfaiate); Schreiber (escriturário); Singer (cantor).
Holtzkocker (cortador de madeira), Geltschimidt (ourives), Kreigsman, Krigsman, Krieger, Kriger (guerreiro, soldado), Eisener (ferreiro), Fischer (peixeiro, pescador), Gleizer (vidreiro).
Utilizaram-se as palavras de forma simples, combinadas e com a agregação de sílabas como son, filho; man, homem; er: que designa lugar, agregando-se preferencialmente após o final do nome da cidade.
Em muitos países adaptaram-se as terminações dos sobrenomes ao uso do idioma do país como o sufixo "ski", "sky" ou "ska" para o caso de mulher, "as", "iak", "shvili" , "wicz" ou "vich".
Então, com a mesma raiz, temos por exemplo: Gold, que deriva em Goldman, Goldrossen, Goldanski, Goldanska, Goldas, Goldiak, Goldwicz, etc.
A terminação indica que idioma falava-se no país de onde é o sobrenome.
Sobrenomes espanhóis: Entre os sobrenomes judaicos espanhóis é fácil reconhecer ofícios, designados em árabe, ou em hebraico, como: Amzalag (joalheiro); Saban (saboneiro); Nagar (carpinteiro); Haddad (ferreiro); Hakim (médico).
Profissões relacionadas com a sinagoga como: Hazan (cantor); Melamed (maestro); Dayan (juiz). Cohen (rabino). Levy, Levi (auxiliar do templo).
Títulos honoríficos: Navon (sábio); Moreno (nosso mestre) e Gabay (oficial).
O sobrenome popular Peres, muitas vezes escrito Perez, com a terminação idiomática espanhola, não é, no entanto, sobrenome de origem espanhola, mas uma palavra hebraica que designa os capítulos nos quais a Torá (os cinco livros do Pentateuco), se divide para sua leitura semanal, de forma a completar em um ano a leitura da Torá.
Muitos sobrenomes espanhóis adquiriram pronuncia ashkenazi na Polônia, como exemplo, Castelanksi, Luski (que vem da cidade de Huesca, na Espanha).
Ou tomaram como sobrenome Spanier (espanhol), Fremder (estranho) ou Auslander (estrangeiro). Na Itália a Inquisição se instalou depois que na Espanha, de modo que houve também judeus italianos que emigraram para a Polônia. Aparece o sobrenome Italiener e Welsch ou Bloch, porque a Itália é também chamada de Wloche em alemão.
Nomes de cidade ou país de residência: Exemplos: Berlin, Berliner, Frankfurter, Danziger, Oppenheimer, Deutsch ou Deutscher (alemão), Pollack (polonês), Breslau, Mannheim, Cracóvia, Warshaw, (Varsóvia).
Nomes comprados: Exemplos: Gluck (sorte), Rosen (rosas), Rosenblatt (papel ou folha de rosas), Rosenberg (montanha de rosas), Rothman (homem vermelho), Koenig (rei),Koenigsberg (a montanha do rei), Spielman (homem que joga ou toca), Lieber (amante), Berg (montanha), Wasserman (morador da água), Kershenblatt (papel de igreja), Kramer (que tenta passar como não judeu).
Nomes designados (normalmente indesejáveis): Exemplos: Plotz (morrer), Klutz (desajeitado), Billig (barato).
Sobrenomes oriundos da Bíblia: Uma boa quantidade de sobrenomes judeus deriva dos nomes bíblicos, ou de cidades européias da Ásia Menor. Isto muitas vezes fez os judeus levarem consigo as pegadas dos lugares em que se originaram. Tomemos como exemplo de "raiz de sobrenome" o nome de Abraham (Abrahão). Filho de Abraham se diz diferentemente em cada idioma. Abramson, Abraams, Abramchik em alemão, ou holandês. Abramov ou Abramoff em russo.
Abramovici, Abramescu em rumeno. Abramski, Abramovski nas línguas eslavas.
Abramino em espanhol, Abramelo em italiano. Abramian en armênio, Abrami, Ben Abram em hebraico. Bar Abram em aramaico e Abramzadek ou Abrampur em persa.
Abramshvili em georgiano, Barhum ou Barhuni em árabe.
Os judeus de países árabes também usaram o prefixo ibn. Os cristãos também passaram a usar seus sobrenomes com agregados que significam "filho de". Os espanhóis usam o sufixo "ez", os suecos o sufixo "sen" e os escoceses põem "Mac" no início do sobrenome. Os sobrenomes judaicos não tomaram a terminação sueca nem o prefixo escocês.
Pode-se constatar essas variações olhando em catálogos telefônicos quantos sobrenomes há derivados de Abraham, Isaac e Jacob. Há também sobrenomes judeus que seguem o nome de mulheres, mas é menos comum. As vezes isto acontecia porque as mulheres eram viúvas, ou por alguma razão eram figuras dominantes na família. Goldin vem de Golda. Hanin de Hana. Perl, ou Perles de Rivka. Um fato curioso apresenta o sobrenome Ginich. A filha do Gaon de Vilna se chamava Gine, e se casou com um rabino vindo da Espanha. Seus filhos e netos ficaram conhecidos como os descendentes de Gine e tomaram o sobrenome Ginich.
Também há sobrenomes derivados de iniciais hebraicas, como Katz ou Kac, que em polonês se pronuncia Katz. São duas letras em hebraico, K e Z iniciais das palavras Kohen Zedek, que significa "sacerdote justo".
Sobrenomes adquiridos em viagens: Nos sobrenomes que derivam de cidades a origem é clara em Romano, Toledano, Minski, Kracoviac, Warshawiak (de Varsóvia). Outras vezes o sobrenome mostra o caminho que os judeus tomaram na diáspora. Por exemplo, encontramos na Polônia sobrenomes como Pedro, que é um nome ibérico. O que indica? Foram judeus que escaparam da Inquisição espanhola no século XV.
Em sua origem, possivelmente eram sefaradim, mas se mesclaram e adaptaram ao meio azkenazi. Muitas avós polonesas se chamam Sprintze. De onde vem esse nome? O que significa? Lembrem-se que em hebraico não se escrevem as vogais, assim que é um nome que se escreve em letras hebraicas Sprinz, que em polonês se lê Sprintze, mas como leríamos esse nome se colocássemos as vogais? Em español, seria Esperanza, e em português Esperança, que escrito em hebraico e lido em polonês resulta Sprintze.
Mudança de sobrenomes: Existem muitas histórias nas mudanças dos sobrenomes. Durante as conversões forçadas na Espanha e em Portugal, muitos judeus se converteram adotando novos sobrenomes, que as paróquias escolhiam para os "cristãos novos" como Salvador ou Santa Cruz. Outros receberam o sobrenome de seus padrinhos cristãos.
Mais tarde, ao fugir para a Holanda, América ou ao Império turco, voltaram à religião judaica, sem perder seu novo sobrenome. Assim apareceram sobrenomes como Diaz ou Dias, Errera ou Herrera, Rocas ou Rocha, Marias ou Maria, Fernandez ou Fernandes, Silva, Gallero ou Galheiro, Mendes, Lopez ou Lopes, Fonseca, Ramalho, Pereira e toda uma série de denominações de árvores frutíferas (Macieira, Laranjeira, Amoreira, Oliveira e Pinheiro). Ou ainda de animais como Carneiro, Bezerra, Lobo, Leão, Gato, Coelho, Pinto e Pombo.
Outra mudança de sobrenomes foi causada pelas guerras. As pessoas pederam, ou quiseram perder seus documentos, e se "conseguia" um passaporte com sobrenome que não denunciava sua origem, para cruzar a salvo uma fronteira, ou escapar do serviço militar.
Nos fins do século XIX o Czar da Rússia, exigia 25 anos de serviço militar obrigatório, especialmente dos judeus. Quantos imigrantes fugiram da Rússia e da Ucrânia com passaportes mudados para evitar uma vida dedicada ao exército do Czar? Outra questão é que somos filhos de imigrantes, e muitos sobrenomes se desfiguraram com a mudança de país e de idioma. As vezes eram os funcionários da Alfândega ou da Imigração, outras o próprio imigrante que não sabia espanhol, ou escrevia mal. Por isso, muitos integrantes da mesma família têm sobrenomes similares em som, mas escritos com grafia diferente.
Além disso, na Polônia a mulher tinha um sobrenome diferente do masculino, terminava em "ska", no lugar de "ski", pois indicava o gênero. Esses, são só alguns dos milhares de sobrenomes judeus existentes.
Boa noite! Shalom! Sou Marcus Tucman Cohen, achei interessante seu texto e me senti na necessidade de comentá-lo, na só passei aqui para te dizer que uma das melhores maneiras de se descobrir com exatidão o porque de um determinado nome de origem portuguesa e espanhola, constar como sendo descendentes de judeus sefarditas, principalmente aqui no Brasil, é consultando o trabalho nesse ramo de pesquisa de meu primo, o historiador brasileiro, especializado em genealogia genética , Flávio Rogério Ribeiro de Sá Cohen, que por possuir a maior e melhor biblioteca especializada sobre o tema do marranismo no Brasil, consegue não somente identificara linhagem e história familiar, mais também explicar de forma clara e precisa inclusive a presença do DNA judaica sefardita entre não apenas as pessoas brancas do Brasil, mas também as mestiças de ascendência indígena e africana. Ele atende a todos que o procuram através do e-mail: sacohen@bol.com.br e do facebook no endereço Flavio Sa Cohen, de forma dedicada, educada e atenciosa, esclarecendo quaisquer dúvidas que uma pessoas possa querer tira sobre o porque e em que momento histórico, o seu sobrenome português ou espanhol, como , por exemplo Cardozo, Cardoso, Ribeiro, Oliveira, Almeida, Silveira, Pereira, Gomes, Carneiro, Antunes, Sá, Mendes, Loureiro, Souza, Sousa, e muitos outros , inclusive o seu Matias, passou a constar como sendo de origem sefardita! Vale a pena consultá-lo e esclarecer suas dúvidas! Que o Deus de Israel vos abençoe!
ResponderExcluirBoa noite! Shalom! Sou Marcus Tucman Cohen, achei interessante seu texto e me senti na necessidade de comentá-lo, na só passei aqui para te dizer que uma das melhores maneiras de se descobrir com exatidão o porque de um determinado nome de origem portuguesa e espanhola, constar como sendo descendentes de judeus sefarditas, principalmente aqui no Brasil, é consultando o trabalho nesse ramo de pesquisa de meu primo, o historiador brasileiro, especializado em genealogia genética , Flávio Rogério Ribeiro de Sá Cohen, que por possuir a maior e melhor biblioteca especializada sobre o tema do marranismo no Brasil, consegue não somente identificara linhagem e história familiar, mais também explicar de forma clara e precisa inclusive a presença do DNA judaica sefardita entre não apenas as pessoas brancas do Brasil, mas também as mestiças de ascendência indígena e africana. Ele atende a todos que o procuram através do e-mail: sacohen@bol.com.br e do facebook no endereço Flavio Sa Cohen, de forma dedicada, educada e atenciosa, esclarecendo quaisquer dúvidas que uma pessoas possa querer tira sobre o porque e em que momento histórico, o seu sobrenome português ou espanhol, como , por exemplo Cardozo, Cardoso, Ribeiro, Oliveira, Almeida, Silveira, Pereira, Gomes, Carneiro, Antunes, Sá, Mendes, Loureiro, Souza, Sousa, e muitos outros , inclusive o seu Matias, passou a constar como sendo de origem sefardita! Vale a pena consultá-lo e esclarecer suas dúvidas! Que o Deus de Israel vos abençoe!
ResponderExcluirEu tenho raízes judaicas e ao mesmo tempo não judaicas porque no caso da minha família houve mistura seja em Portugal,Espanha ou aqui,o Manuel Couto veio ao Rio no Seculo XVI e a geração do seculo XIX de Açores,porém a origem a raiz dos Coutos não começa de fato desta região tenho parentes inclusive com este sobrenome sendo julgados pelo santo oficio como judaizantes e o lado mais castiço sei que há as duas formas mas no caso familiar houve miscigenação fora que esta família carioca carrega vários sobrenomes como Dinís,Costa,Oliveira e Vasconcelos os,olha que estou citando apenas um sobrenome de maneira parcial porque tenho outros sobrenomes com fortes indícios ligados ao sefarditas,além de terem preservado características culturais judaicas outras especificas como o sabá e a dar o nome dos avós por varias gerações,e outras mais generalizadas como uma certa quantidade pessoas ligadas a profissão de medico e a endogamia,principalmente casamento entre primos,assim vai se aprofundando raízes,descobrir é interessante,não tenho duvidas da minha ascendência cristã nova,mesmo assim não quero me converter a nada mas tenho uma fome insaciável em saber cada vez mais sobre este fato histórico tão tratado com certo descaso no Brasil,o povo que mais carrega esta semente no mundo,não é esquisito não buscar esta origem.
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