12 crianças mortas e 22 feridos, mas eu não lhe culpo Wellington Menezes de Oliveira. Deus tenha misericórdia de sua alma.
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Realengo faz parte da minha infância
De bicicleta, da Fundação à Marechal Hermes
Da Fundação à Ricardo, à Realengo, à Anchieta
Fundação é Deodoro, é Guadalupe, é sei lá.
Certamente todo o bulling que sofreu não justifica
Tanto ódio à escola
O lençol branco que reivindica ficou manchado de sangue
Do sangue inocente
Você matou famílias, cidade, estado, país.
Você conseguiu matar todos nós.
Poderia ter buscado tratamento
Poderia ser curado, mas, preferiu se vingar do desconhecido
E colocou as religiões no meio
Da sua fantasia macabra
Poderia ter ido à Mocidade conhecer as meninas
E cantar o samba-enredo de 1975
O Mundo Fantástico do Uirapuru
Era só abraçar a sorte e afastar o azar…
Ou surfar nos trens da Central, muito louco!
Ou capinar nos quartéis do Exército abandonados do seu bairro…
Tantos escapes possíveis…
Ou se entregar de fato à Jesus,
Nele existe vida plena, aqui e na esperança.
E aí pertinho tantas boas opções
Tantas igrejas...
Primeira Igreja Presbiteriana de Bangú, é um céu!
Primeira Igreja Batista de Moça Bonita, é um paraíso!
Primeira e Segunda Batista de Realengo, só bençãos!
Quero ser enterrado ao lado da minha mãe…
Cara, você é muito doido, como exigir algo depois do que fez?
Você virou estrela, ganhou notoriedade no mundo inteiro
Mas, serviu pra que?
Minha homenagem póstuma, caro atirador
Vai no sentido que devemos respeitar mais as pessoas
Ninguém sabe o que vai dentro das pessoas
Os seus sentimentos, medos, alegrias, tristezas, prazeres
Você não terá homenagens póstumas, não será enterrado como desejou
Não terá lençol branco nenhum e nem mãos com luvas
Os impuros, mais puros do que você, vão lhe enterrar como eles quiserem
Filmes e livros serão escritos sobre você e muitos ganharão muito dinheiro
A única homenagem que posso fazer é que na loucura revelada e covarde
Precisamos amar mais pessoas como você para que não cometam tais desatinos
E proteger melhor as outras pessoas que nada têm com a sua doença.
*Texto de Vital Souza, adaptado por Rodrigo Matias
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