quarta-feira, 19 de junho de 2013
Cura Gay? Como curar o que não é doença.
Muito se tem falado sobre o projeto apelidado pela mídia de "cura gay"....
Que fique claro, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1990, retirou o termo "homossexualidade" do rol de doenças ou transtornos. Esse é um dos argumentos usados por parlamentares que são contra o projeto, que foi apresentado há dois anos e que chegou a ter a votação adiada cinco vezes na Comissão de Direitos Humanos.
Mas, como disse o filósofo, "vamos raciocinar juntos"....
O projeto aprovado em primeira estância(ainda falta uma), na prática, permite que psicólogos proponham tratamento da "homossexualidade, derrubando assim, normas do Conselho Federal de Psicologia, que proíbem que profissionais tratem a homossexualidade como doença.
Como aprendi como minha professora Rache Soihet, um dos maiores nome do Brasil na questão de gênero e história das mulheres, a grande questão hoje é sobre identidade de gênero e orientação sexual. A identidade de gênero, por sua vez, costuma ser menos compreendida. Ao passo que a orientação sexual se refere a outros, a quem nos relacionamos, a identidade de gênero faz referência a como nos reconhecemos dentro dos padrões de gênero estabelecidos socialmente.
Em um de seus livros ela afirma "(...), tornou-se nítido que há que se empenhar pela equiparação em termos de classe, gênero, raça e etnia, geração etc. como ideal a ser atingido em uma sociedade, sem o que a
igualdade é uma falácia". (Revista de História,3,1, 2011). Assim, como héteros tem o direito de assumirem homoafetivos, porque negar o direito de homoafetivos de se assumirem héteros, se assim o quiserem? E negar a eles ferramentas para isso? A questão não é "ser doença ou não", pois já sabemos que não é, mas de identidade e gênero. E isso é um direito de via de mão dupla.
Antes que me perguntem, não sou a favor dos argumentos utilizados por Marco Feliciano, Bolsonaro, Anderson Ferreira e do deputado João Campos, autor do projeto e que, alias, este último, é a favor da redução da maioridade penal.
Acredito que a intolerância deva ser combatida em todas as suas formas, pois esta faltando respeito e diálogo no que tange as questões da homoafetividade e religião na nossa sociedade . E antes que façam determinações já digo, não sou a favor da prática homoafetiva/homossexual, mas respeito que segue essa orientação e/ou assuma essa identidade. Até mesmo porque, não precisam de minha aprovação/desaprovação para isso.
Volto a afirmar, assim, como héteros tem o direito de se assumirem homoafetivos, porque negar o direito de homoafetivos de se assumirem héteros, se assim o quiserem? E negar a eles ferramentas para isso? A questão não é "ser doença ou não", pois já sabemos que não é, mas de identidade e gênero. E isso é um direito de via de mão dupla.
A homossexualidade não é uma doença e, portanto, não é contagiosa. O nosso preconceito sim, esse é contagioso e destrói.
Escrevo mais sobre a questão homoafetiva nos links abaixo:
Direitos iguais ou iguais direitos
Homossexualidade e intolerância
Polêmica: gay é o novo negro
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Rodrigo, um heterossexual nunca se assumirá homossexual.
ResponderExcluirO homoafetivo nasce e morre homoafetivo,ele simplesmente assume sua sexualidade quando ele percebe necessidade, conforto e conveniência para isso.
O heterossexual nasce e morre heterossexual e não encontrará nunca na sua vida nenhuma dificuldade para assumir sua sexualidade, até porque não existe "heterofobia".
Grupo Colorindo temos visões distintas. Somos ensinados a sermos heterosexuais e é possível ser ensinado a ser homoafetivo. A homoafetividade hoje tem um leque complexo quanto a suas categorias, existem dissensões no próprio grupo LGBT mundial quanto a isso. A sociedade é hetero? sim. Pode ser ensinada a ser homoafetiva? pode. É isso que eu quero? não. Como disse no artigo hoje é tudo sobre identidade de gênero e orientação sexual. Respeitar é uma coisa, que eu acredito ser necessária, aceitar é outra, que nem todos estão dispostos a fazer.
ResponderExcluirNão é doença. É pecado. Credo
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