segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Vote na religião e fica na mão




Recentemente li uma reportagem no jornal extra que me deixou preocupado... Leia o link abaixo:

Número de candidatos pastores evangélicos aumenta 70%

É... você leu corretamente. O número de candidatos "pastores evangélicos" cresceu em 70% nessa eleição. E ao contrário do que você pode pensar, isso NÃO é bom.

Entenda... Ter um número elevado de "pastores evangélicos" candidatos não significa que teremos um número significativo de cristãos, mas sim de religiosos. Parafraseando um pastor socialista: "Deus nos livre de um Brasil evangélico", não concordo com tudo que disse Ricardo Gondim, mas que não precisamos de um país religioso/evangélico, realmente, não precisamos.

Não me leve a mal... Sou, em formação acadêmica, pós-graduado em história e também doutor em teologia e filosofia. Mas, também, sou pastor de uma denominação cristã/protestante. Então, quando falo, apresento dois pontos de vistas que podem parecer antagônicos, mas não são.

Acredito, e quero, que Deus possa formar uma nação com princípios CRISTÃOS e não religiosos, pautados em usos e costumes doutrinários denominacionais.

 Precisamos de pessoas com caráter cristão e não somente carisma religioso.

Muito se tem falado do estado laico nesses dias, ok. Vamos analisar a nossa moeda, recentemente pediram para que a frase "Deus seja louvado" fosse retirada:


Querem tirar os símbolos cristãos? Ok. Vamos tirar os maçônicos e de outras religiões e ideologias também, mas quanto a esses ninguém fala nada...

Se eu gosto da ideia do estado laico? Claro. Mas me diga como isso é possível hoje? Só no Rio de Janeiro, Ogum, Oxóssis e Iansã se tornaram patrimônio imaterial do estado, São Jorge tem um feriado só dele e, só para não dizer que só falei das religiões de matriz africana e da igreja católica, a música "gospel" também é patrimônio imaterial no estado, e artistas que difundem a cultura "gospel" e, com isso, a religião "evangélica" ganham incentivos fiscais do estado, como também os dois primeiros casos.





Acorda! O estado só é laico no papel.



É preciso lembrar que quando D. João VI veio ao Brasil, no período colonial, ele não era somente o soberano de Portugal, mas também o representante legitimo da Igreja Católica.



Sem falar que nosso antigo monarca era maçom, seu filho, D. Pedro era maçom, seu neto também, sem falar dos primeiros presidentes da nação.

Talvez, para agradar a todos, nossa moeda deveria ser assim:



Mesmo assim, alguma linha religiosa ia dizer que sua divindade específica não foi citada.

Recentemente um homem me perguntou se eu aceitava a indicação de um político ou se tudo era definido pelo meu líder denominacional eclesiástico... Tal homem não me conhece, por isso fez esse questionamento obtuso.

Sim, sou parte de uma liderança denominacional cristã/protestante e devo respeito, obediência e honra a ela, desde de que esteja centrada nos princípios cristãos. Mas também sou um livre pensador, cientista por natureza e formação, tanto da área de exatas quanto de humanas.

Deus, o Criador de todas a coisas, deu a nós o livre arbítrio. Quem é homem, independente de sua patente, que pode tira-lo? Mas antes que os rebeldes se animem falando: "é isso mesmo, temos que ir contra os líderes. Fazer o que bem entendermos" e etc... Digo algo, sempre expus a minha liderança minha opinião, tanto na concordância, quanto na discordância. Quando acontece o primeiro faço uma proclamação pública, quando acontece o segundo me silencio publicamente e, depois de expor minha posição pessoalmente, exerço minha liberdade conferida por Deus e minha mente de forma individual. E arco com as consequências disso.

O problema não é discordar, mas sim a forma que você faz isso.

Seja através da oração (método metafísico) ou de reflexão analítica (método científico e filosófico), acredito que temos sim liberdade de escolha, mas não temos o direito de nos rebelarmos contra aqueles que exercerem liderança sobre nós. Seja no nível eclesiástico ou secular.

O começo do fim do movimento socialista na Rússia foi quando Lenin morreu e Stalin e Trotsky divergiram. O mesmo se deu quando, na revolução francesa, Robespierre, cego pelo poder que lhe foi outorgado, começo a matar seus pares.

Um reino divergente não subsiste.

Não vejo o cristianismo como uma religião, suas subdivisões, sejam elas espíritas, católicas e protestantes, sim.          

O cristianismo não é uma idéia/conceito/estilo de vida confortável.



E o que a religião faz é exatamente isso, adaptar uma idéia/conceito/estilo de vida a mim, meus desejos e vontades. Se não estiver bom vou para outra. Existem outros conceitos que são assim também, um é a filosofia, e dentro dela a política e as ideologias. Se uma não esta boa, vou para outra... ou crio a minha própria.



Não pense que a religião, a filosofia, a política e as ideologias são de todas ruins. Veja, por exemplo, o que disse o criador da ideologia anarquista:


Legal, não? Veja o que disse um socialista:



Top. Vamos a uma frase de uma religião de matriz africana:




O que me diz da frase desse hindu?




E a desse pastor Batista então?



O mundo não é só preto e branco, tem seus tons de cinza. E não estou me referindo ao livro de Erika Leonard James, que, para mim, não passa de uma apologia a violência domestica...  

Mas voltando ao ponto. Não quebre princípios, mas reflita antes de agir, ou, reagir. Pense, ore e tome uma posição... Mas não fique omisso ou passivo.





Lembre-se que debater ideias não é brigar por ideologia. Discussões inúteis não levam a nada, evite-as.




 Mas não tenha medo de se posicionar, da forma correta.





Lembre-se, respeitar não é concordar. Você pode respeitar a opinião divergente de alguém sem concordar com ela.



Uma vez disseram: "Falta amor no mundo". Ao que responderam: "Não seja tolo. Não falta amor, falta amar". Acredito que seja isso.

Nessas eleições não somente acompanhe a onda, mas pegue sua "prancha" para poder se mover sobre ela.







Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog